quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Entrevista com
Pedro Cuiça


Pedro Cuiça: montanhismo é uma “filosofia de vida, com base na genuína aventura”

POR MADALENA SILVA



Tendo a Observando optado por saber um pouco mais sobre montanhismo, foi à procura de uma pessoa conhecedora do assunto e disposta a falar. Neste contexto, Pedro Cuiça foi quem generosamente nos veio dar a conhecer esta atividade. Aqui, fica o convite para conhecer o seu perfil e partilhar connosco o que nos contou acerca do montanhismo.



Pedro Cuiça

Foto disponível no site da Federação de Campismo
  e Montanhismo de Portugal – Utilidade Pública
  Desportiva (FCMP-UPD)
Pedro Cuiça nasceu a 29 de junho de 1968. É natural da Freguesia da Sé, Concelho Faro, Distrito Faro. Vive em Queijas, Oeiras. Licenciou-se em Geologia, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), e está no último ano da Licenciatura em Ciências do Ambiente, na Universidade Aberta (UA). É atualmente Diretor Técnico de Montanha da Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal – Utilidade Pública Desportiva  (FCMP-UPD) e Secretário-Geral da Escola Nacional de Montanhismo (ENM). Também é Vice-Presidente da Comissão de Percursos da European Ramblers Association (ERA) e Membro Correspondente da Comissão de Proteção da Montanha da União Internacional das Associações de Alpinismo (UIAA) e Membro do Grupo de Trabalho de Formação (‘Training Standards’) da UIAA. Sendo detentor de um currículo vastíssimo e não podendo jamais este resumo fazer-lhe jus, convidamo-lo a conhecer pormenorizadamente o perfil completo do entrevistado no final desta entrevista. 

O – Qual é o cargo que ocupa e quais são as suas funções na FCMP?
PC – Sou o Diretor Técnico de Montanha da FCMP e o Secretário-Geral da ENM. Atualmente, devido aos desafios inerentes à aplicação do Plano Nacional de Formação de Treinadores (PNFT), exerço essencialmente funções de coordenação do PNFT, entre outros afazeres ligados à área da formação na área dos Desportos de Montanha tutelados pela FCMP. 

O – Há quanto tempo é colaborador na FCMP?
PC – Profissionalmente, há cerca de oito anos; de forma benévola, como simples associado ou colaborador, há mais de 15 anos.


FCMP

O – A FCMP foi criada em 6 de janeiro de 1945. Qual é o seu papel?
PC – A FCMP é a Federação UPD para as áreas do Campismo s.l. e Montanhismo s.l. em Portugal, sendo a responsável pela tutela das submodalidades de Campismo, Caravanismo e Autocaravanismo, e de Alpinismo (Alta Montanha), Montanhismo, Escalada, Canyoning e Pedestrianismo, respetivamente. Nesse contexto, e segundo a Lei de Bases das Federações UPD, é responsável pela regulamentação, promoção e desenvolvimento dessas modalidades quer no seio dos clubes, quer a nível dos praticantes.

O – E o da ENM?
PC – A ENM é a entidade técnico-pedagógica, do Centro de Formação da FCMP, responsável pela formação na área do Montanhismo s.l., através da realização de cursos de Iniciadores, Monitores e Instrutores nas diversas disciplinas (Alpinismo, Montanhismo, Escalada, Canyoning e Pedestrianismo), cursos de especialização (por exemplo: Técnicos de Percursos Pedestres, Técnicos de Manobras de Corda, Equipadores de vias, etc.), jornadas técnicas, jornadas nacionais e internacionais, workshops, etc. Nesse contexto, é a responsável pela definição de conteúdos programáticos, cargas horárias, metodologias de formação e critérios de avaliação no que concerne à credenciação dos Quadros Técnicos da ENM ou de outras ações formativa. Saliente-se que, neste momento, decorrente do PNFT, a ENM está envolvida na conceção dos novos cursos que serão implementados a partir de 2012, com vista à formação de treinadores e atribuição da Cédula profissional de Treinador de Desporto (CTD).


Conceito de montanhismo

O – O vosso site fornece informação sobre o conceito de “montanhismo”. Segundo a própria FCMP, esta atividade de ar livre é designada por “montanhismo”, em Portugal, e não por “alpinismo”. Quais são diferenças entre as duas atividades e porquê o termo “alpinismo”?
PC – Para responder a esta questão, recorro ao que escrevi no “Guia de Montanha –Manual Técnico de Montanhismo I”:

“Montanhismo, o que é?
O ‘montanhismo’ consiste na subida de montanhas. Esta atividade diferencia-se do pedestrianismo pela sua maior dificuldade e risco, bem como, e sobretudo, pela diferença de objetivos. O pedestrianismo é andar a pé, em montanha ou noutros meios, por caminhos, mais ou menos definidos e balizados ou não. (…) Os montanhistas (ou montanheiros) saem frequentemente dos caminhos e metem-se em trajetos de dificuldade considerável onde, frequentemente, é necessário o recurso a técnicas de escalada.
O montanhismo em Portugal é, muitas vezes, diferenciado do alpinismo, por este implicar maiores dificuldades e estar associado à alta montanha, ou seja, a terrenos com glaciares e/ou altitudes que implicam aclimatação. Mas tal não faz muito sentido porque, na verdade, trata-se da mesma atividade. No Reino Unido, o montanhismo designa-se mountaineering ou é usado, mais raramente, o sinónimo ‘alpinism’. Faz-se ‘mountaineering’ no Bem Nevis (Escócia), tal como no Cântaro Magro (Portugal), no Monte Branco (França/Itália), no Aconcágua (Argentina) ou no Monte Everest (Tibete/Nepal).
O objetivo do montanhismo, como não poderia deixar de ser, centra-se, antes de mais, no cume. Atingir o topo de uma determinada montanha, parede ou falésia. Para tal, é frequente recorrer a técnicas de escalada. Daí confundir-se intimamente com esta atividade que não é mais do que uma das suas disciplinas base.”

Porquê montanhismo

O – Pratica montanhismo?
PC – Sim.

O – Por que decidiu começar a praticar este desporto?
PC – A prática de montanhismo surgiu como evolução natural de quem, tendo desde logo a atração pela exploração/conhecimento da natureza, entrou para os escoteiros aos 10 anos, começando a efetuar marchas e campismo, e pouco depois se iniciou nas manobras de corda através da espeleologia. Esse gosto e práticas iniciais, estimulados pela leitura do livro Os Conquistadores do Inútil, de Lionel Terray, e o contacto com a Serra da Estrela, fizeram o resto…

O – Se tivesse que descrever este desporto a alguém que o desconhece totalmente, como o faria?
PC – Recorria, mais uma vez, ao que escrevi no “Guia de Montanha – Manual Técnico de Montanhismo I”:
“Devido à intensa componente física que o montanhismo comporta este poderá ser considerado um desporto. No entanto, até meados dos anos 80 do século XX, altura em que surgem os primeiros campeonatos de escalada na Europa Ocidental, não se considerava essa atividade como sendo um desporto, senso estrito, por não existirem competições convencionais comportando classificações, eliminatórias, árbitros e um público sempre pronto a aplaudir! As competições desportivas ao desenrolarem-se, em geral, em recintos equipados segundo normas e regras precisas (tal como acontece na escalada em estruturas artificiais e, muitas vezes, ‘indoor’) contrastam marcadamente com a escalada em paredes rochosas na vastidão da natureza ‘a mais pura, a mais selvagem e a mais rude.” (Béssière, 1967)
“O montanhismo, tal como a escalada, para além da componente física, será também uma profunda experiência emocional, uma atração pela liberdade dos vastos espaços verticais, pela grandiosa beleza do mundo mineral, pela simplicidade e pela rusticidade. Subir montanhas será igualmente um meio de (re)ligação à natureza, uma forma de transcendência… O montanhismo também pode ser uma afeição, uma paixão,… ‘Um fraco desejo de regressar lá ao alto surge um dia em nós. Assim recomeça o encantamento.” (Bonatti, 1962)

O – O que é necessário para começar a praticá-lo, em termos de condições físicas, cursos de formação a frequentar, equipamentos a adquirir/alugar e seguro de acidentes pessoais?
PC – Para começar a praticar montanhismo, antes de mais, é necessário sentir a atração por essa prática; sentir a atração por subir montanhas e, ou, fazer travessias em montanha. Depois, convém possuir uma forma física adequada e sem problemas de saúde que possam constituir um entrave a essa prática; por isso, é recomendável consultar um médico e efetuar exames médicos (idealmente de medicina desportiva), para verificar se se encontra nas devidas condições. Para praticar montanhismo, não é obrigatório frequentar nenhum curso, apesar de ser recomendável fazer um Curso de Iniciação ao Montanhismo e, depois, de Aperfeiçoamento ao Montanhismo. No entanto, a aprendizagem pode ser feita de forma autodidata ou participando em atividades com praticantes experientes. O equipamento individual terá de ser adquirido pelos praticantes, visto que não é comum o aluguer desse tipo de equipamento em Portugal; já o material coletivo poderá ser do clube através do qual se pratica a atividade. No tocante ao seguro, é fundamental possuir um que cubra a tipologia das atividades e eventuais acidentes inerentes a essa prática: a licença de montanheiro (LM), passada pela FCMP, possui diversas modalidades de seguro com coberturas e preços ajustados ao(s) tipo(s) de atividades praticadas.

O – Onde pode um aspirante a praticante de montanhismo frequentar um curso destes, de norte a sul do país?
PC – Os Cursos de Iniciação e de Aperfeiçoamento ao Montanhismo são dados de norte a sul do país por iniciadores, monitores e instrutores de montanhismo credenciados pela ENM, geralmente no seio dos clubes federados na FCMP, mas não só.

O – Que duração tem um curso de formação inicial?
PC – A duração desses cursos é variável, consoante os “monitores” e entidades onde são ministrados mas, em geral, são de seis a oito dias.

O – É necessária uma formação contínua, através da obtenção de vários níveis, ou um curso de formação inicial é suficiente, dependendo dos objetivos do praticante?
PC – A progressão dos praticantes é da sua responsabilidade, ficando ao seu critério a forma como pretendem evoluir. Os “monitores” (iniciadores, monitores e instrutores) têm de frequentar os respetivos cursos que conduzem às respetivas credenciações; têm de efetuar atividades de “monitorado” e frequentar ações de formação contínua (jornadas técnicas, workshops, etc.), para poderem estar no ativo.

O – A Licença de montanheiro é obrigatória e tem validade?
PC – Os praticantes federados que pratiquem atividades de montanhismo devem possuir Licença de Montanheiro, de modo a que possuam um seguro que cubra eventuais incidentes/acidentes. Para participar em atividades do âmbito federativo, é obrigatório possuir essa licença.

O – É um desporto dispendioso?
PC – Os valores envolvidos na prática de montanhismo variam extraordinariamente consoante o tipo de atividades e locais onde se pratique. Uma travessia na Serra da Estrela (Portugal) na primavera terá custos diferentes de uma travessia semelhante mas invernal, que envolva neve e gelo. Uma escalada na Peneda (Portugal) terá custos bastante diferentes de uma ascensão ao Monte Branco (França/Itália) ou ao Quilimanjaro (Tanzânia). Nesse contexto, facilmente se compreende que pode ser bastante acessível ou muitíssimo dispendioso.

O – Que tipos de pessoas procuram o montanhismo?
PC – É difícil traçar o retrato dos praticantes de montanhismo e talvez impossível efetuar o retrato-tipo, tendo em conta que as motivações são bastante diversificadas e, daí, também as pessoas. Os praticantes de montanhismo são desde pré-adolescentes a idosos, mas estes são uma minoria. De uma forma muito grosseira, poderemos dizer que a maior parte dos praticantes são do sexo masculino e pertencentes a uma faixa etária dos 20 aos 50 anos, com habilitações literárias mais ou menos elevadas (de nível académico) e um poder de compra mais ou menos elevado. No entanto, uma caracterização das tipologias dos praticantes de montanhismo carece de uma análise mais sustentada, nomeadamente em estudos fundamentados, para que possa ser assertiva.

O – É um desporto seguro?
PC – O montanhismo, tal como outras atividades de ar livre, não é – nem nunca será – cem por cento seguro. No entanto, a segurança e o risco inerentes a essa prática variam bastante consoante a experiência dos praticantes e os objetivos destes; consoante os perigos subjetivos e os perigos objetivos em jogo.


Da teoria à prática

O – Onde já praticou montanhismo?
PC – Já pratiquei montanhismo em inúmeros locais e diversos países, desde o Cerro da Cabeça e a Rocha da Pena (no Algarve, Portugal), à Serra de Gredos ou Guadarrama (Espanha) ou ao Aneto (Pirenéus espanhóis), Monte Branco (Alpes franceses) ou ao Damavand (Irão), entre outros.

O – Por quantos dias partem, usualmente?
PC – É muito variável, pois depende de cada atividade. Pode ser desde um dia a semanas.

O – O que deve ser colocado dentro da mochila?
PC – O equipamento a levar também varia bastante consoante cada atividade. No entanto, de forma simplista, poderemos salientar o seguinte: vestuário e calçado específico, bastões (geralmente telescópicos), mochila e bolsas para transporte do equipamento, equipamento de orientação (carta militar, bússola e, ou, GPS), equipamento de emergência (cobertura de sobrevivência, apito, cordeleta, frontal, etc.), estojo de primeiros socorros, equipamento de pernoita (saco-cama, saco de bivaque, tenda), equipamento de cozinha (fogão, garfo, colher e navalha, púcaro, marmita, cantil e, ou, termo), água e alimentos, estojo de higiene, material de escalada (capacete, arnês, eventualmente piolet e crampões, cordas, mosquetões, entaladores e ‘friends’, etc.).

O – Quer falar-nos sobre as técnicas que conhece e as que habitualmente utiliza?
PC – A prática de montanhismo envolve um amplo e diversificado conjunto de técnicas que vão desde a previsão meteorológica, à arte da orientação, técnicas de marcha e escalada ou campismo/bivaque, entre outras. Por exemplo, no que concerne às técnicas de escala, só no que se refere à técnica gestual básica, destacam-se a regra da verticalidade, a regra das distâncias e a regra dos três apoios.

O – No seio do grupo de montanhismo, é necessária a presença de um médico ou a formação complementar em socorrismo do monitor ou instrutor é suficiente?
PC – Os Quadros Técnicos da ENM têm de frequentar obrigatoriamente, com aproveitamento, um curso de socorrismo e a sua credenciação só é válida caso este se encontre dentro do prazo de validade. A ENM possui Quadros Técnicos com formações profissionais muito diversificadas, entre os quais, neste particular, se destacam médicos, enfermeiros, formadores de socorrismo, bombeiros sapadores e voluntários, técnicos de proteção civil, entre outros.

O – Quando um praticante tem, por exemplo, uma cãibra persistente ou outro tipo de contração do tecido muscular, o que faz se estiver a meio de uma escalada?
PC – Como se costuma dizer “cada caso é um caso” e portanto requer soluções específicas. No entanto, de forma genérica, ter-se-ia de prestar o primeiro socorro considerado adequado e verificar se seria necessário proceder à evacuação da “vítima”.

O – Se um praticante se magoar seriamente e o grupo estiver longe do local de partida, o que faz o responsável?
PC – Tal como na questão anterior, não existem soluções mágicas e, ou, padronizadas para a enorme panóplia de variáveis envolvidas numa atividade de montanha. No entanto, se um praticante se encontra seriamente magoado, é fundamental dar o alerta, prestar os primeiros socorros adequados à situação e proceder à evacuação do acidentado ou aguardar os meios de salvamento/resgate.

O – Já alguma vez teve algum sobressalto, enquanto praticante?
Nada de muito sério…

O – O espírito de grupo e a camaradagem são importantes para a prática o desporto?
PC – São, na minha opinião, fundamentais. Nesta atividade, tal como noutras, aplicar-se-á o dito: “Antes sozinho do que mal acompanhado”. Nos cursos da ENM, costumamos ensinar uma regra primordial: quando vamos para a montanha, vamos todos e regressamos todos, i.e., nunca se deve abandonar um companheiro na montanha.

O – Qual foi a situação mais desagradável por que passou na sua prática?
PC – Nunca devo ter passado por uma situação extremamente desagradável…

O – E o momento que mais o marcou de forma positiva?
PC – Foram vários e seria incorreto da minha parte salientar apenas um.

O – Como se sente ao praticá-lo?
PC – Depende! Desde euforicamente transbordante de alegria até profundos momentos de dúvida ao ponto de questionar: “O que estou aqui a fazer”?

O – Considera-se mais saudável desde que pratica este desporto?
PC – Como muito bem explica o Professor José Manuel Constantino, no livro Sedentários, Obesos & Fumadores”, existe uma grande confusão entre atividade física, exercício físico e desporto! Neste contexto, será conveniente salientar que o desporto é praticado por pessoas saudáveis e não por pessoas que recorram ao mesmo para ficarem saudáveis. Mais, no tocante ao montanhismo, tendo em conta que se trata de um desporto de risco (ou de aventura, como é moda designá-lo), por vezes, até de risco elevado, os praticantes poderão sofrer lesões consideráveis ou até a morte. Por isso...

O – Para além das regras e técnicas, o que se aprende nesta modalidade?
PC – A autoaperfeiçoar-se, a ser melhor enquanto pessoa…

O – Gostaria de deixar um convite e alguns conselhos aos interessados para a prática do montanhismo?
PC – Se pretendem praticar simplesmente um desporto vão, por exemplo, para um ginásio, pois certamente o montanhismo não será a opção adequada. Se procuram uma forma de estar na vida, uma filosofia de vida, com base na genuína aventura, abracem esta atividade com todo o fervor e não desistam à primeira, porque apesar da dureza da mesma é extremamente gratificante e enriquecedora.


Promoção do montanhismo

O – A existência da FCMP é essencial para a promoção e dinamização do montanhismo?
PC – A FCMP efetua a promoção e a dinamização dos desportos de montanha, mais precisamente do Alpinismo, do Montanhismo, da Escalada, do Canyoning e do Pedestrianismo. Nesse contexto, tem um papel importantíssimo nessa promoção e dinamização, mas também no que concerne à regulamentação dessas atividades e, muitíssimo importante, na formação de Quadros Técnicos que enquadrem os praticantes dessas atividades com a máxima segurança possível.

O – Considera que a promoção da modalidade que atualmente existe é suficiente e acessível a todos?
PC – No que concerne a objetivos, devemos sempre aspirar a ir mais alto, ainda para mais quando estamos no âmbito do Montanhismo. Por isso, creio que podemos e devemos ir mais além.


A seguir, encontra alguns vídeos sobre a atividade:


“O Diablo da Edelweiss O Diablo que nos carregue:) O Diablo é um aparelho da fábrica francesa Edelweiss pensado para fazer segurança e descer em rappel e, segundo a ficha técnica do fabricante, foi concebido só para escalada e alpinismo. No entanto, a sua utilização na prática de canyoning revela-se bastante interessante pela sua polivalência, aliada à eficácia e simplicidade de uso. O Diablo (Edelweiss) reúne algumas das particularidades de um Oito (CMI, Stubai, Simond, Faders, Petzl, Black Diamond, etc.), nomeadamente as boas prestações nas descidas em rapel, e de uma placa tipo Sticht (DMM, Cassin, Camp, Clog, HB, etc.) ou upgrades da mesma como a Magic (New Alp) ou a Gi-Gi (Kong Bonaiti), no que concerne às boas prestações a fazer segurança. Mas vai mais além ao permitir efetuar segurança estática ao corpo, como num Logic (Cassin), ou permitir efetuar uma série de posições de travagem suplementares e muito práticas, como num Pirana (Petzl) ou num Nove. Esta última vantagem, face ao Oito, torna o Diablo particularmente indicado para a execução de manobras/técnicas ligeiras, na descida em rapel com corda simples e, por maioria de razões, com corda fina (8 a 9 mm). Tal como acontece com o Nove e o Pirana, com o Diablo não existe o perigo de ficar bloqueado num rapel, como pode acontecer com o Oito, devido à formação de nó de cotovia (alondra). O Diablo começa por ser um aparelho excelente para fazer segurança, em simples ou em duplo. A possibilidade de fazer uma segurança de qualidade em canyoning, adaptada às circunstâncias, é uma mais valia para aproximações a cabeceiras de rapel, montagem de corrimões ou em escapatórias que exijam escaladas, entre outras manobras. Escrito por Pedro Cuiça.”




“Amizades(Friendship) Jean Michel, Pedro Cuiça, Alexandre Rodrigues, Nuno Santos, David Rodrigues (AMEA), Hélder Santos, António Coelho e todos os colegas com quem tive o prazer de escalar e descobrir o mundo da montanha”.




Serra de Guadarrama, Espanha.



“Expedição aos Alpes para escalar o Monte Branco 4.808 mts”


PERFIL COMPLETO
Nome: Pedro Cuiça
Data de nascimento: 29/06/1968
Naturalidade: Freguesia da Sé, Concelho Faro, Distrito Faro
Residência atual: Queijas, Oeiras
Estado civil: Divorciado
N.º de filhos: 1
Percurso profissional:
Foi professor de Ciências Naturais e Técnicas Laboratoriais de Biologia no Ensino Secundário, professor de Pós-graduação em Montanhismo na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril  (ESHTE) e formador em diversos cursos nas áreas do Alpinismo, Montanhismo, Escalada, Canyoning, Pedestrianismo e Manobras de Corda.
Foi jornalista e editor na área do ambiente e atividades de ar livre no jornal e revista Forum Ambiente, colaborador de diversas publicações (Notícias Magazine, Grande Reportagem, Sport Life, etc.) e pertenceu ao conselho editorial da revista Caminar.
Foi autor ou coautor de diversos livros (“Guia de Percursos Naturais”, “Algarve Percursos Naturais”, “Lugares Pouco Comuns”, “Guia de Montanha”, etc.) e tradutor ou revisor técnico (“Técnico Deportivo en Barrancos, “Manual de Montanhismo” e “Manual de Monitores de Pedestrianismo”).
Foi Diretor Técnico de Pedestrianismo da FCMP.
É atualmente Diretor Técnico de Montanha da FCMP e Secretário-Geral da ENM.
Percurso Associativo:
Foi fundador do Grupo de Montanhismo de Faro (GMF), Dirigente da Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), Vice-Presidente do Clube Ibérico de Montanhismo e Orientação (CIMO) e Coordenador da Formação em Montanhismo da Associação de Desportos de Aventura Desnível (ADA Desnível).
É atualmente Vice-Presidente da Comissão de Percursos da ERA e Membro Correspondente da Comissão de Proteção da Montanha da UIAA e Membro do Grupo de Trabalho de Formação (Training Standards) da UIAA.
Foi membro das Comissões Técnicas da ENM.
Foi associado do Núcleo de Espeleologia do Circulo Cultural do Algarve (NECCA), do Clube Nacional de Montanhismo – Covilhã (CNM), do Clube de Montanhismo da Guarda (CMG), da Sociedade Portuguesa de Espeleologia (SPE), etc.
É atualmente associado do CIMO, do Club Xistra, etc., e federado na FCMP, na Federación Española de Deportes de Montaña y Escalada (FEDME) e na Federación Española de Espeleologia (FEE).
Percurso académico:
Frequentou a Licenciatura de Geologia na FCUL e está no último ano da Licenciatura de Ciências do Ambiente na UA.
Estudou Topografia no Centro de Formação da Indústria de Construção Civil e Obras Públicas (CENFIC).
Frequentou diversos cursos no âmbito das atividades de ar livre e afins:
Curso de Monitor de Média Montanha (FCMP/ENM), Single Pitch Award (British Mountaineering Council-FCMP/ENM);
Curso de Formador de Monitores de Pedestrianismo (Fédération Française de la Randonnée Pedestre – FFRP/FCMP);
Curso de Resgate em Montanha [FEDME/Escuela Española de Alta Montaña (EEAM)];
Curso de Formador de Escalada (FEDME/EEAM-FCMP/ENM);
Curso de Técnico de Senderos (FEDME-EEAM);
Curso de Espeleo-socorro (Bernard Tourte, Sergio Garcís-Dils, MTDE);
Curso de Socorrismo para Profissões de Alto Risco [Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM)];
Curso de Técnico de Ambulância de Transporte (TAT) (Cruz Vermelha Portuguesa), Emergency First Response (PADI), Advanced Open Water Diver (PADI); etc.


Fontes:


Consultado em: 29/12/2011


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